Eletrizar um corpo significa colocar ou retirar elétrons dele. As principais maneiras de se eletrizar um corpo são: por atrito, por contato e por indução.
O atrito entre dois corpos de materiais diferentes e isolantes, inicialmente neutros, é a maneira de fazer com que eles se aproximem bastante para que os átomos de um possam interagir com os átomos do outro. Perderá elétrons o átomo que exercer menor força sobre eles. Assim os dois corpos ficam eletrizados com carga de mesmo valor absoluto e sinais opostos (um com carga negativa e outro com carga positiva): diferentes materiais possuem diferentes afinidades por elétrons.
A eletrização por atrito é local, isto é, os corpos ficam eletrizados só por pontos de contato. Observa-se que a quantidade de carga adquirida pelos corpos é igual em módulo, e mais ainda, neste tipo de eletrização, é necessário que os corpos sejam de materiais diferentes e isolantes.
Considere duas esferas condutoras A e B, uma eletrizada (A) e outra neutra (B).
Ao colocarmos a esfera A, positivamente carregada, em contato com a esfera B, aquela atrai parte dos elétrons de B, por causa da diferença de potencial. Assim, A continua eletrizada positivamente( com falta de elétrons), mas com uma carga menor, e B, que estava neutra, fica eletrizada com carga positiva.
E se um corpo eletrizado negativamente (com excesso de elétrons) é encostado em outro, neutro, parte de seus elétrons passará para este, que também ficará eletrizado negativamente, isso é explicado também por causa da diferença de potencial.
Essa é a maneira mais simples de se eletrizar um corpo. Quando dois corpos são encostados ou ligados por fios, pode haver a passagem de elétrons de um para o outro. Para que se realize esse tipo de eletrização, os corpos e os fios devem ser condutores, e nunca isolantes.
Neste tipo de eletrização, vale a lei da conservação das cargas e os corpos ficam com cargas elétricas de mesmo sinal. E se os corpos forem condutores idênticos, as cargas distribuirão igualmente entre eles.
Eletrização por indução
Na eletrização por contato e por atrito, deve existir o contato físico entre corpos, havendo a transferência de cargas de um corpo para o outro. Na eletrização por indução, não haverá contato físico entre os corpos, mas os corpos devem ser condutores, como na eletrização por contato. Consideremos a sequência de eventos:
a) Ao aproximarmos os dois corpos, a influência das cargas negativas do corpo A nos elétrons livres do corpo B.
b) Sem afastar os corpos, vamos ligar a extremidade negativa de B à terra. A terra pode ser considerada uma esfera condutora de raio infinitivamente grande, em relação aos objetos que estão na sua superfície, como o potencial de uma esfera é dado por V=K.Q/R, o potencial da terra é sempre constante e igual a zero.
Como passa a existe uma d.d.p entre o corpo B e a terra, haverá um deslocamento de elétrons do corpo A para a terra. Esse cessa quando o potencial da extremidade ligada à terra igualar ao dela. Observe que não descem todos os elétrons livres do corpo B, pois as cargas positivas na extremidade mais próxima de A também exercem influência nos elétrons livres de B. O que importa é que elétrons livres descem para a terra, deixando o corpo B com falta de elétrons.
c) Sem afastar os corpos, cortemos a ligação à terra. O condutor B estará com falta de elétrons, portanto eletrizado positivamente.
E no final desta eletrização, o corpo A continuará com a mesma carga inicial e a carga obtida por B foi fornecida pela terra.